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Portadores do HIV pedem remédios em visita de diretora da Opas à Venezuela

15/06/2018

Com máscaras ou caixas vazias de remédios que não conseguem obter grudadas no corpo, dezenas de portadores de HIV protestaram, nesta quinta-feira (14), em frente à sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) em Caracas, capital da Venezuela, durante a visita da representante desse organismo, Carissa Etienne.

 

"Não mais mortes, queremos remédios", gritavam os manifestantes enquanto colavam na fachada do organismo cartazes com nomes de portadores de HIV que morreram pela falta de antirretrovirais na VenezuelaNo protesto, a ONG Rede Venezuelana de Gente Positiva entregou à Opas um documento em que denuncia que "mais de 80 mil pessoas com HIV e Aids se encontram afetadas e em perigo pelo desabastecimento de 100% de medicamentos antirretrovirais".

 

Na Venezuela, que sofre uma grave crise com hiperinflação e falta de alimentos, a escassez de fármacos é de entre 85% e 100%, segundo a Federação Farmacêutica. Sthefany Ramírez, de 24 anos, e vários de seus familiares — incluindo seu bebê — tem HIV e há um ano não conseguem o tratamento. "Quando vou à farmácia me dizem que não há medicamentos. O governo não deu a assinatura para que os medicamentos passem, houve mortos demais", disse à AFP na manifestação. "Queremos viver", lia-se em vários cartazes de pessoas que exigiam que a diretora da Opas os atendesse. Espera-se que Etienne se reúna durante a tarde com o chanceler, Jorge Arreaza.


 

'Emergência humanitária'

 

Uma mulher fantasiada de esqueleto participa de um protesto contra a escassez de medicamentos em Caracas, na Venezuela. O cartaz diz: 'Pacientes renais estão morrendo por falta de medicação, pacientes psiquiátricos estão se suicidando. Não há medicamentos. Intervenção humanitária, já. SOS Venezuela' (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Uma mulher fantasiada de esqueleto participa de um protesto contra a escassez de medicamentos em Caracas, na Venezuela. O cartaz diz: 'Pacientes renais estão morrendo por falta de medicação, pacientes psiquiátricos estão se suicidando. Não há medicamentos. Intervenção humanitária, já. SOS Venezuela' (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters)


Em 11 de junho, o governo de Nicolás Maduro fez um acordo com a Opas para adquirir medicamentos.
Segundo a Rede Venezuelana de Gente Positiva, desde maio de 2017 o Ministério da Saúde não assinou ordens de compra de antirretrovirais, que escasseiam desde 2009. A organização pediu a Etienne que ajude a solucionar "a emergência humanitária", com doações de remédios, vacinas e insumos.

 

Escassez chega a 88%


 

Enfermeiro usa luz de telefone celular ao manusear material em hospital em Rubio, na Venezuela (Foto: Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)
Enfermeiro usa luz de telefone celular ao manusear material em hospital em Rubio, na Venezuela (Foto: Carlos Eduardo Ramirez/Reuters)

Os hospitais venezuelanos registram uma escassez de medicamentos da ordem de 88% e uma falta de material médico cirúrgico de 79%, segundo uma pesquisa do parlamento de maioria opositora e uma ONG divulgada em março. 

"Os venezuelanos vão a um hospital e têm de comprar tudo. Há 84% de escassez de cateteres e sondas, que são coisas básicas em qualquer hospital", denunciou o médico e deputado José Olivares em coletiva de imprensa em que apresentou os resultados da Pesquisa Nacional de Hospitais.

 

Venezuela sofre com escassez de produtos nos supermercados (Foto: Marco Bello/Reuters)
Venezuela sofre com escassez de produtos nos supermercados (Foto: Marco Bello/Reuters)

 

O relatório, realizado durante os dez primeiros dias de março pela Assembleia Nacional e pela ONG Médicos pela Saúde também determinou que 94% dos serviços de raio-x não funcionam, assim como 97% dos de tomografia. "Cem por cento dos laboratórios do país não funcionam de maneira correta por falta de reativos, 79% dos hospitais têm problemas de fornecimento de água e 53% das salas de cirurgião não funcionam", detalhou Olivares.



Fonte: Bem Estar | Portal da Enfermagem
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