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Pesquisa da Unesp descobre molécula com alto potencial para tratar a tuberculose

15/02/2018

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da Unesp de Araraquara (SP) desenvolveram um nova molécula com alto potencial para o tratamento da tuberculose. Desde 2012, mais de 5 mil moléculas foram testadas, mas apenas 50 passaram para testes avançados e uma delas, a benzofuroxano 8 (BZ 8) apresentou resultados surpreendentes.

 

A etapa final dos testes foi feita nos Estados Unidos com camundongos infectados por diversos tipos de bactérias da tuberculose. Após o tratamento com a BZ 8, a doença desapareceu, segundo o professor Fernando Rogério Pavan, um dos responsáveis pela pesquisa. “Essa molécula eliminou por completo a infecção pulmonar que os camundongos tinham, nenhum outro fármaco conhecido conseguiu fazer isso”, afirmou. O resultado foi publicado, no final do ano passado, na revista Journal of Medicinal Chemistry, uma das mais conceituadas da área.


Fernando Rogério Pavan e Jean Leandro dos Santos, da Unesp de Araraquara, autores da pesquisa (Foto: Reprodução/EPTV)
Fernando Rogério Pavan e Jean Leandro dos Santos, da Unesp de Araraquara, autores da pesquisa (Foto: Reprodução/EPTV)

 

Testes em humanos


Agora, para avançar nas pesquisas, os cientistas precisam fazer testes em humanos. “Eu acredito que essa substância pode ser uma esperança para o tratamento da tuberculose, mas testes adicionais são necessários para a gente validar a eficiência em seres humanos”, disse o professor Jean Leandro dos Santos, um dos autores da pesquisa. Os pesquisadores também buscam parcerias para a colocação do medicamento no mercado. “A gente tem buscado parcerias de laboratórios nacionais e multinacionais para acelerar o processo de desenvolvimento dessa substância”, explicou Santos.

 

O trabalho já caiu no radar da Working Group On New TB Drugs, uma organização não governamental que tem por objetivo acelerar a descoberta e desenvolvimento de novos tratamentos para tuberculose. A BZ 8 foi introduzida dentro de um portfólio das principais moléculas em desenvolvimento no mundo todo, sendo o único estudo brasileiro a fazer parte dessa lista.

 

Doença que mais mata


A tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,6 milhão de pessoas morreram em decorrência dos seus efeitos em 2016. Atualmente o tratamento é baseado em antibióticos, mas algumas bactérias já se tornaram resistentes aos medicamentos utilizados.


"Devido a vários fatores como uso exacerbado ou mau uso dos antibióticos, as bactérias se tornaram mais resistentes. A tuberculose é um problema grave porque o tratamento dela usa quatro antibióticos e vai de, no mínimo seis meses a dois anos ou mais, isso quando o paciente consegue responder e sobreviver essa terapia”, explicou Pavan. O último fármaco descoberto para o tratamento da doença aconteceu há mais de 50 anos.



Fonte: G1 | Portal da Enfermagem
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