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Sorrir enquanto se exercita pode melhorar desempenho na atividade

15/12/2017

Muitos atletas aprenderam que sorrir enquanto suam pode fazer com que seus esforços pareçam menos extenuantes. Em maio, o maratonista queniano Eliud Kipchoge sorriu intermitentemente durante os quilômetros finais da maratona mais rápida que já disputou, completada em 2 horas e 25 segundos. Depois da prova, ele disse que sua esperança era de que sorrir o ajudasse a alcançar com mais facilidade a linha de chegada. Mas há poucas provas científicas sólidas em apoio à teoria.

 

Diversos estudos já examinaram a ideia de que sorrir deliberadamente pode alterar o que um atleta sente em termos psicológicos durante uma corrida, mas não havia muitas pesquisas sobre o impacto fisiológico do sorriso sobre o desempenho esportivo. Para um novo estudo publicado em setembro pela revista especializada "Psychology of Sport and Exercise", pesquisadores da Universidade do Ulster, na Irlanda do Norte, e da Universidade de Swansea, no País de Gales, decidiram reunir um grupo de corredores experientes e pedir que alguns deles corressem sorrindo e outros corressem carrancudos.

 

Os 24 voluntários, homens e mulheres, não estavam cientes do propósito do estudo. Foram informados de que a experiência contemplaria diversos fatores relacionados à "economia de corrida", uma medida de quanto oxigênio um atleta usa para correr em dada velocidade. Primeiro, os pesquisadores testaram a economia de corrida usual dos atletas, equipando-os com uma máscara facial que media sua respiração e pedindo para que corressem em uma esteira rolante até se sentirem exaustos.

 

Enquanto os atletas corriam, os pesquisadores pediam que classificassem como se sentiam e descrevessem as estratégias que estavam usando para continuar correndo, por exemplo ignorar o desconforto que seus corpos sentiam, ou tentar encontrar uma sintonia com ele.

 

Depois, em uma segunda visita ao laboratório, cada voluntário completou uma série de quatro corridas de seis minutos de duração, e, em cada uma delas, foram instruídos a adotar uma de quatro abordagens: sorrir contínua e sinceramente; correr de cara feia; relaxar a porção superior do corpo imaginando que tinham de carregar uma batata chip entre os dedos sem quebrá-la; e, por fim, como controle, que usassem as técnicas mentais que adotavam usualmente para aguentar até o fim de uma prova.

 

Os resultados apresentaram variações. Alguns corredores economizaram mais oxigênio quando corriam de cara feia; os pesquisadores especularam que a carranca, como as expressões ferozes que os atletas empregam em alguns esportes, reforçava sua determinação de obter desempenho superior ao normal.

 

Mas a maior economia de oxigênio aconteceu quando os corredores sorriam. Como grupo, eles registraram eficiência até 2,78% superior em termos de economia de corrida quando sorriam, em comparação com as demais formas de correr, e isso pode representar uma diferença significativa em competições.

 

Sorrir provavelmente ajuda na economia de corrida ao promover "uma redução na tensão muscular", diz Noel Brick, professor de psicologia do esporte e exercício na Universidade do Ulster e líder do estudo.

 

Muitos dos corredores encontraram dificuldade para sorrir ao longo de todos os seis minutos da corrida, porém. Os sorrisos deles se tornaram cada vez mais forçados. Sorrisos falsos desse tipo ativam menos músculos faciais do que os sorrisos genuínos, disse Brick, e provavelmente resultam em benefícios menores em termos de relaxamento e melhora de desempenho.

 

Assim, a chave para usar um sorriso feliz com o objetivo de se tornar um corredor melhor, ele diz, pode ser sorrir sinceramente e com frequência perto do fim de corrida, mas em blocos de 30 segundos, não continuamente. "É isso que Eliud Kipchoge parece fazer", disse Brick.

 



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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