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Sangue de tipo raro de brasileiro salva vida de bebê na Colômbia

17/07/2017

Um brasileiro com um raro tipo de sangue, conhecido como "hh", salvou a vida de uma bebê de um ano e três meses internada com hemorragia digestiva grave em um hospital, em Medellín, na Colômbia.

 

Não havia nenhum doador compatível em todo o território colombiano com o tipo sanguíneo da menina, o fenótipo Bombaim. No Brasil, apenas 11 famílias possuem este tipo de sangue raro, de acordo com o Hemoce (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará).

 

As autoridades da Colômbia entraram em contato com outros países latino-americanos e caribenhos por meio da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). Um jovem de 23 anos compatível com a menina foi encontrado em Fortaleza e aceitou fazer a doação, procedimento inédito no Brasil.

 

Uma bolsa de sangue de 370 mm foi transportada pela enfermeira Natalicia Silva, do Hemoce a Bogotá dentro de uma caixa térmica. Ela se ofereceu como voluntária para fazer o transporte e assegurar que o material se manteria na temperatura ideal durante as mais de 20 horas de viagem.

 

"O cumprimento dos requisitos estabelecidos pelas normas visam garantir a integridade e a estabilidade do material biológico transportado", falou Francisca Rodrigues, chefe do núcleo de medula óssea do Hemoce.

 

Após fazer escala em São Paulo e Panamá, o sangue foi entregue pela enfermeira a uma equipe do INS (Instituto Nacional de Saúde da Colômbia), que a esperava em Bogotá para levar o material ao hospital universitário San Vicente de Paúl, em Medellín, a tempo de ser usado na criança.

 

"Assim que cheguei ao aeroporto, a coordenadora do sangue da Colômbia, Izabel Forero, já estava me esperando na porta de desembarque acenando vigorosamente. Pra mim foi uma emoção tremenda participar desse momento tão importante", disse Natalícia.


TRANSFUSÃO

 

Na última quarta-feira (12), a menina recebeu 80 centímetros cúbicos de transfusão, quantidade indicada para seu peso e idade. O restante do sangue será conservado em caso de uma nova necessidade, de acordo com o governo colombiano.

 

"O corpo da menina não reconhece nenhum tipo de sangue conhecido. Uma transfusão com um tipo errado teria provocado danos renais e até a morte", disse María Isabel Bermúdez, coordenadora da Rede Nacional de Bancos de Sangue da Colômbia.

 

Para Martha Lucía Ospina, diretora do INS, esta é uma história que demonstra que foram alcançadas capacidades impensáveis há décadas atrás.

 

Segundo Ospina, encontrar um doador em um país diferente, obter as permissões em tempo recorde, transportar o sangue, conservar e fazer a transfusão são passos que exigem uma logística complexa.

 

"Não estamos vendo somente o bom uso das novas tecnologias e do trabalho em rede. Estamos vendo como a cooperação internacional salva vidas", falou Ospina.



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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