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Governo estende vacina contra HPV a meninos de 14 anos a partir deste mês

14/06/2017

O Ministério da Saúde irá estender a oferta da vacina contra HPV para meninos de 11 a 14 anos a partir deste mês. Até então, a vacina era ofertada apenas para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 12 a 13 anos, além de homens e mulheres entre 9 a 26 anos com HIV e Aids.

 

A medida, que consta de documento da pasta enviado às secretarias estaduais de saúde e obtido pela Folha, representa uma alteração no cronograma da oferta da vacina contra o HPV.

 

Anunciada em outubro de 2016, a extensão da oferta também para meninos previa diferentes etapas de ampliação. Na primeira delas, neste ano, a vacina seria ofertada apenas para meninos de 12 e 13 anos. Em 2018, seria estendida também para meninos de 11 a 12 anos, seguida por meninos de 10 e 11 no ano seguinte e de 9 a 10 anos a partir de 2020. Não havia, no entanto, previsão de ofertar a vacina também para meninos de 14 anos.

 

Agora, a vacina passa a ser ofertada já neste ano para todos os meninos de 11 a 14 anos (14 anos, 11 meses e 29 dias). Além desse grupo, o Ministério da Saúde pretende anunciar, nas próximas semanas, uma ampliação da vacina também para um público-alvo maior, por tempo determinado.

 

A ideia, ainda em estudo, é que a vacina passe a ser ofertada também para meninos de outras faixas etárias, entre outros grupos.

 

Questionada, a pasta não respondeu sobre os motivos que levam à mudança no público-alvo da vacina. A Folha apurou, porém, que a mudança no perfil é uma resposta diante da baixa cobertura de vacinação contra o HPV, o que trouxe o risco de perda de algumas doses já adquiridas em alguns Estados.


 

A adesão é ainda menor na segunda dose. Desde a introdução no calendário nacional, em 2013, até março deste ano, apenas 70,5% das meninas de 9 a 15 anos receberam a primeira dose. Já o esquema vacinal completo, de duas doses, foi realizado por 43% do público-alvo.

 

Segundo o documento, a ampliação da vacina para meninos de 11 a 14 anos "reduzirá o impacto dos desfechos negativos em relação ao HPV na população masculina e feminina, bem como facilitará a operacionalização desta vacinação nos Estados e municípios".

 

"Ressalta-se que a vacinação dos meninos contribui para o aumento da proteção também nas meninas, impactando nas próximas décadas o perfil epidemiológico das infecções atribuíveis ao HPV em ambos os sexos", diz a nota, assinada pela coordenadora-geral substituta do Programa Nacional de Imunizações, Ana Goretti Maranhão.

 

MUDANÇAS

 

Essa não é a primeira alteração no modelo de oferta de vacina contra o HPV no SUS. Inicialmente planejada para meninas de 11 a 13 anos, a vacina foi estendida para meninas de 9 a 14 anos e, no ano passado, também para meninos. O número de doses também diminuiu: de três, passou a duas doses.

 

As mudanças visam aumentar a cobertura vacinal contra o HPV –a imunização previne contra câncer de colo de útero, pênis, ânus, orofaringe, câncer de boca e verrugas genitais.

 

Para Isabela Ballalai, presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações), a antecipação do cronograma da oferta da vacina para meninos e a inclusão daqueles com 14 anos é positiva.

 

"As pessoas relacionam muito o HPV com o câncer de colo de útero. Esse era o primeiro objetivo. Mas o câncer de boca e garganta está em crescimento no país, com 16 mil casos por ano, e destes, 11 mil são em homens. E o segundo motivo pelo qual precisamos vacinar os meninos é o câncer de pênis", afirma. "Sempre foi desejado que tivesse a mesma faixa etária para meninos e meninas e isso já estava no planejamento. Entendo que o Ministério da Saúde concluiu que, com as vacinas que a gente tem, e atingindo meninos mais velhos, vamos ter adesão melhor."

 

Segundo Ballalai, a dificuldade de adesão dos adolescentes à vacinação em geral é um problema registrado no mundo todo. O ideal, afirma, é levar a vacinação para as escolas, o que aproximaria a política de saúde desse grupo.

 

"Temos um hábito de sempre atingir 95%, 100% de cobertura. Quando atinge 70%, ficamos preocupados. Na segunda dose, mais ainda. Mas o esquecimento da segunda dose é um fenômeno comum. E muitas famílias de meninos ainda não sabem [da oferta da vacina]. Precisamos divulgar mais."



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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