Com a participação de 10 pontos de conexão em Minas Gerais, no dia 30 de maio foi realizada a videoconferência do Projeto Telenfermagem do Programa Nacional de Telessaúde com o tema “Violência contra a mulher”. A conferencista convidada para a exposição foi a professora da Escola de Enfermagem da UFMG (EEUFMG), Clara de Jesus Marques Andrade, integrante do Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública (EMI). A professora apresentou as considerações sobre a violência doméstica contra as mulheres, partindo do pressuposto que este fenômeno é baseado nas relações sociais de gênero. Abordou a violência doméstica contra a mulher como uma ocorrência em escala planetária, que coloca em tempo real desafios à sociedade humana. A professora destacou também as políticas brasileiras no combate à violência contra a mulher com enfoque à Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha. “Esta Lei alterou o Código Penal Brasileiro e possibilitou que agressores de mulheres no âmbito doméstico ou familiar sejam presos em flagrante ou recebam a prisão preventiva decretada”, explicou.

Clara Andrade informou, ainda, que os agressores também podem ser denunciados por terceiros. “Caso a mulher não queira denunciar a agressão, esta pode ser feita por vizinhos, familiares e amigos”, disse. De acordo com a conferencista, a violência doméstica é uma forma mais freqüente de violência sofrida pelas mulheres. Ela afirmou que esta violência aparece como agressão verbal, física e psicológica cometida por um membro da família ou pessoa que habite ou tenha habitado no mesmo domicílio. Acrescentou que a violência doméstica é praticada na maior parte das vezes por parceiro íntimo. Clara enfatizou que a agressão contra as mulheres ocorre também com freqüência durante a gravidez, com golpes e chutes dirigidos contra o abdômen da mulher. A conferencista aponta para a necessidade da constituição de redes institucionais interdisciplinares articuladas a rede social e às organizações de mulheres. Durante as discussões foram debatidas questões sobre as dificuldades que os profissionais de saúde podem enfrentar no atendimento a mulheres vítimas de agressão doméstica.