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Escala de profissionais reduz em 50% o número de transplantes renais no RN

28/10/2011

Problemas na composição da escala de profissionais do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), de Natal, estão contribuindo para a diminuição do número de transplantes renais realizados no Rio Grande do Norte. Devido a falta de médicos especialistas, a unidade foi obrigada a diminuir de seis para três a média mensal de cirurgias. A redução prejudica os doentes renais do Estado e contribui para o aumento da lista de pacientes que esperam por um transplante de rim, que já reúne 81 pessoas.

 

De acordo com um dos chefes da equipe de transplantes do Huol, doutor Paulo Medeiros, o principal deficit está entre os nefrologistas, profissionais especialistas em doenças do trato urinário que atuam durante o tratamento pré e pós-operatório. "Atualmente nossa equipe médica é composta por 5 cirurgiões urologistas e 6 nefrologistas. Para funcionarmos a contento, seria necessário pelo menos mais três nefrologistas", disse ele, confirmando que também há falta de técnicos de enfermagem.

 

Segundo o médico, a necessidade de contratação de novos profissionais existe desde 2010, ano no qual a unidade superou o número de transplantes realizados em comparação a períodos anteriores. Ao todo, foram cerca de 50, mais que o dobro da quantidade de procedimentos normalmente registrados ali, que ficava na média de 20.

 

O salto no número de cirurgias, segundo ele, foi resultado da intensificação no trabalho de captação de órgãos realizado pela Central de Transplante do Rio Grande do Norte. "Acredito que a captação de órgãos cresceu cerca de 200% nesse intervalo", disse ele, acrescentando, porém, que mesmo perante este aumento o contingente de médicos permaneceu o mesmo.

 

"Infelizmente a equipe de profissionais não acompanhou o crescimento da captação de órgãos, aliás, o grupo diminui ainda mais de tamanho, já que um profissional entrou de licença médica. Por causa disso, ficamos impossibilitados de realizar tantos procedimentos quanto gostaríamos", afirmou.

 

Diante desta realidade, afirma o médico, a Central de Transplante está sendo obrigada a enviar órgãos para outros estados que tenham doadores compatíveis e equipes suficientes para realizar as cirurgias. "Ainda que não beneficie os pacientes potiguares, a medida é positiva, uma vez que contribui para salvar vidas em cidades como Fortaleza e Recife", afirma.

 

Não há previsão para contratações

Solução óbvia para este imbróglio, a contratação de novos nefrologistas não é tão fácil quanto parece, esclarece o diretor do Hospital Universitário Onofre Lopes, Ricardo Lagreca. Segundo ele, pelo fato do Huol se tratar de uma instituição federal, o aumento no quadro de seus funcionários depende diretamente das decisões do Ministério de Planejamento, que até o momento não demonstrou nenhuma inclinação nesse sentido. "Como o Governo Federal não deu nenhuma previsão para a realização de concursos públicos para o preenchimento de vagas nos Hospitais Universitários, estamos sem prazo para resolver essa situação", disse.

 

De acordo com o diretor, uma articulação com o Governo do Estado foi iniciada no sentido de resolver o impasse. A medida, contudo, foi abortada após o Executivo alegar que não poderia ceder nenhum profissional ao Huol pelo fato de também registrar deficit no quadro de funcionários da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap).

 

Desta forma, observa Lagreca, a única resolução possível para este cenário de incertezas parece ser a aprovação do projeto de lei que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Uma vez implantada, a empresa pública ficaria à frente da administração e do processo de contratação de pessoal dessas unidades.

 

Esperança

Enquanto a medida não se concretiza pacientes renais crônicos como Janete Batista Xavier seguem com menos chance de se livrar de uma dura rotina de tratamentos de hemodiálise. Cadastrada na fila do transplante há dois anos, ela conta que tem esperança de voltar a ter uma vida normal. "Seria ótimo me livrar desse tratamento. Quero voltar a ter minha saúde e viver uma vida normal".

 

O tratamento dura em média quatro horas por dia, três vezes por semana e tem o objetivo de remover líquido e substâncias tóxicas do sangue, funcionando como um rim artificial.



Fonte: Tribuna do Norte Online
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