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Pesquisa de enfermeira alerta para descarte inadequado de frascos de insulina

20/09/2011

Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) analisou como é realizado o despejo de resíduos gerados em domicílios pelos portadores de diabetes mellitus usuários de insulina. A autora, Silvia Carla André, verificou que os resíduos de maneira geral, são descartados de maneira inadequada e que é necessário repensar as estratégias de descarte. O material estudado pela pesquisadora são os chamados resíduos de serviço de saúde (RSS), como seringas e frascos de insulina.

Silvia conta que seu objetivo era conhecer a realidade do manejo desses materiais, já que o fato deles serem produzidos em casa não significa que eles não sejam contaminados. Assim, o descuido em seu manejo pode representar grande risco à saúde e ao meio ambiente. Como esperado pela enfermeira, os resultados alertam para a necessidade de um melhor planejamento da estratégia de descarte: os frascos de insulina são descartados com o lixo comum pelos usuários, que não vêem risco naquele tipo de material. Já os resíduos perfurocortantes (agulhas) devem ser colocados em garrafa PET e então encaminhados para o posto de saúde, mas pouco mais da metade dos usuários entrevistados o fazem.

 

A pesquisadora utilizou para seu trabalho dados de 31 portadores de diabetes mellitus usuários de insulina, obtidos em uma Unidade de Saúde da Família de Ribeirão Preto. Por meio de estudos de prontuários, dos dados fornecidos pela unidade e de entrevistas pessoais, a enfermeira obteve as informações a respeito dos seus hábitos no despejo dos resíduos gerados por eles diariamente.

 

Orientação

Dos resultados encontrados, Silvia destaca que é alto o número de pacientes que não dá o fim adequado ao lixo produzido, mas que isso se dá basicamente pro falta de orientação. “Quando estes eram orientados pelos profissionais da unidade de saúde a respeito do descarte dos resíduos, eles faziam certo”, diz ela. E os números deixam isso evidente: dos entrevistados que declararam ter recebido algum tipo de orientação,  menos de 4% despejavam seu resíduo de maneira inadequada. “Isso atenta para a necessidade da educação da equipe de saúde, para que ela realize a conscientização dos usuários de insulina.” O descarte inadequado é um problema ambiental e de saúde pública. Segundo Silvia, a própria legislação brasileira referente ao assunto não deixa claro sobre quais são os procedimentos a serem tomados no descarte domiciliar de RSS gerado por ações de autocuidado (isto é, o próprio paciente aplica), e ela se deparou com profissionais de saúde que desconheciam protocolos referentes. Para ter uma noção da gravidade do problema, o Brasil tem entre 5 e 6 milhões de portadores de diabetes, e a parcela dos usuários de insulina varia entre 20% e 25%. Ou seja, sem o manejo adequado, são aproximadamente 1 milhão de pessoas descartando, diariamente, seringas com o lixo comum.

 

Para a pesquisadora, os profissionais da saúde não podem se focar só na doença em si e precisam ter um olhar ampliado sobre a saúde. “Saúde não é só ausência de doença. O descarte inadequado é um problema ambiental e de saúde pública. Várias doenças podem ser contraídas por causa do despejo inadequado, tanto de resíduos perfurocortantes quanto biológicos”, completa.

 

Silvia acha fundamental despertar a necessidade de criação de políticas públicas na área de saúde ambiental, pois é um problema sério e que expõe a população a grandes riscos. Além disso, ela considera necessária a criação de novas propostas para elaboração de protocolos de manejo desses materiais, e propostas que envolvam toda a equipe da unidade, como o modelo proposto em sua dissertação.

O estudo de Silvia, intitulado Resíduos gerados em domicílios de indivíduos com diabetes mellitus, usuários de insulina, foi orientado pela professora Angela Maria Magosso Takayanagui.



Fonte: USO Notícias
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