Introdução: Considerando o ACS como elo entre equipe de saúde e população torna-se relevante conhecer os fatores psicossociais estressores no trabalho dos mesmos.
Objetivo: descrever os fatores de impacto negativo mais freqüentes, segundo a percepção dos ACSs, no contexto de trabalho.

Método: estudo transversal descritivo, onde 99 ACSs das Unidades de Saúde da Familia do município de Marília –SP responderam ao “Inventario de Malestar Percibido em el Ambiente Laborial” (IMPAL).

Resultados: constatou-se que quanto aos fatores reconhecidos como causadores de impacto negativo observaram-se as seguintes freqüências: relacionados ao meio ambiente físico os mais freqüentes foram falta de espaço próprio na unidade (65,6%) e andar longas distâncias sob sol (45,4%); dos fatores próprios da tarefa destacam-se o excesso de trabalho burocrático (54,5%), a alta exigência do serviço (47,4%), a falta de recursos necessários para o trabalho adequada (43,4%); referindo-se a organização do tempo de trabalho, trabalhar com prazos muito curtos (66,6%) foi o fator mais apontado; ao tratar-se dos aspectos institucionais, ter que lutar contra a ineficiência do trabalho de outros setores como o administrativo e de fornecimento de materiais e remédios, foi apontado por 63,6% dos entrevistados; e quanto aos aspectos pessoais, a necessidade de enfrentar problemas que excedem sua capacidade como ACS (42,4%) e saber que seus erros podem prejudicar outras pessoas (41,4%), foram os mais identificados.

Tais resultados apontam para a necessidade de adoção de estratégias capazes de reduzi-los, caso contrário, coloca-se em risco a proposta de vigilância à saúde dos PSFs.

Maria José Sanches Marin
Doutora em Enfermagem, Docente da disciplina de Enfermagem em Saúde Coletiva do Curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Marília

Valéria Garcia Caputo
Jaqueline Neves Giovanete
Suelaine Druzian