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Consciência Negra: é necessário visibilidade e equidade em saúde

22/11/2021

O Dia da Consciência Negra no Brasil, comemorado em 20 de novembro, chama a atenção para o flagelo histórico do racismo e como ele ainda impacta a vida de milhões de brasileiros. As maiores taxas de mortalidade materna e infantil incidem sobre a população negra, atingida de forma desproporcional também pela violência urbana.


“É nosso compromisso lutar pela equidade no acesso à Saúde.  A Saúde também é influenciada por determinantes sociais, inclusive étnicos/raciais, que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco. Os brasileiros negros estão mais expostos a diversos agravos. A criação da Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Intercultural do Cofen (CONENFSI) reflete a importância de pautar essas questões”, afirma a presidente do Cofen, Betânia Santos.


As mulheres negras (pretas e pardas) representam 53% dos profissionais de Enfermagem, segundo a pesquisa Perfil da Enfermagem, realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) em 2015. Apesar de ter um peso relevante na categoria, essas profissionais estão concentradas em postos de nível médio, mais precarizados e com menor remuneração. Quase 60% das técnicas e auxiliares de Enfermagem são negras.


A Articulação Nacional de Enfermagem Negra (Anen) explica que no início do século passado todo o trabalho de atenção à saúde e cuidado com crianças, adoecidos e idosos era realizado por mulheres negras escravizadas e indígenas.


Levando em consideração que o gênero feminino é maior em número de profissionais de Enfermagem e que, dentre elas, encontram-se as mulheres negras com maior representatividade, percebe-se que essas profissionais negras estão na linha de frente do combate à Covid-19 diariamente sem merecer o devido reconhecimento, tanto na remuneração, quanto na carga horária.


O coordenador da Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Intercultural do Cofen (CONENFSI), Paulo Murilo de Paiva, destacou a relevância desses profissionais. “A CONENFSI não poderia deixar de manifestar-se quanto ao reconhecimento do grande trabalho executado por esses profissionais. Devemos reconhecer toda a história e constatar que no dia da consciência negra devemos ter mais que respeito, mas valorização, ações afirmativas de condições de trabalho, salário dignos e carga horaria que atenda à qualidade de vida dos profissionais de Enfermagem”, finalizou.


Em matéria realizada pelo portal Brasil de Fato, a especialista em saúde pública, Alva Helena de Almeida, ressalta as desigualdades raciais no campo da Enfermagem.  “Temos uma divisão hierárquica, de classe, de raça e de funções dentro da Enfermagem. Temos uma retenção no nível médio dessas mulheres e homens da raça negra que têm muita dificuldade em acessar a graduação por inexistência de políticas que favorecem essa formação”, explica.


Leia, na íntegra, artigo “Mulheres Negras e a Realidade da Enfermagem Brasileira” da enfermeira Alva Helena de Almeida, mestre em Saúde Pública e doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem da USP.


Dia da Consciência Negra – A Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A data foi incluída no calendário escolar nacional em 2003. A origem do Dia da Consciência Negra está ligada aos esforços dos movimentos sociais para evidenciar as desigualdades históricas que marcaram as perdas da população negra no país.

 

A data, ainda que tenha sido incluída no calendário escolar e traga oportunidades para disparar conversas importantes sobre a história dos negros no país, não é feriado em todo o território brasileiro. Dos 5.570 municípios, pouco mais de mil decretam a data como feriado.



Fonte: Cofen | Portal da Enfermagem
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