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Imunidade adquirida contra o coronavírus tem vida curta

16/09/2020

A imunidade adquirida contra o Sars-CoV-2, vírus que causa a Covid-19, tem vida realmente curta, sugere um dos mais alentados estudos já realizados sobre o tema. A pesquisa analisou coronavírus similares ao Sars-CoV-2 e tem implicações para vacinas e a chamada imunidade coletiva (de rebanho).  Os cientistas descobriram que a reinfecção por um mesmo coronavírus de resfriado — os chamados coronavírus sazonais — é comum menos de um ano após a infecção original.

 

Publicado na Nature Medicine nesta segunda-feira, o estudo é da Universidade de Amsterdam, na Holanda. É de autoria de um dos grupos do mundo com maior experiência em pesquisas com os vírus da família do coronavírus.

 

O tamanho da duração da imunidade adquirida é uma questão crucial para avaliar o risco de novas ondas da pandemia. A descoberta reforça que as vacinas precisam ser capazes de proporcionar uma memória de defesa prolongada do sistema imune. A virologista Clarissa Damasso, da UFRJ, no entanto, afirma estar otimista de que a reinfecção pelo Sars-CoV-2 não será um obstáculo para as vacinas. Ela podera que a possibiilidade de reinfecção precisa ser melhor estudada.

 

— Para vacina, a reinfecção pode até ser que ajude, porque dará uma espécie de reforço para a memória do sistema de defesa. Ela pode levar o corpo a produzir ainda mais anticorpos, seria como uma pequena dose imunizante, lembrando o sistema de defesa de que é preciso produzir anticorpos porque há vírus em circulação.

 

O estudo também mostra que a imunidade coletiva — quando o número de pessoas imunes a uma infecção chega a um nível que freia sua disseminação — para os coronavírus é, de forma geral, breve e incontrolável, inviável como política pública.

 

Os quatro coronavírus causadores de resfriado comum são conhecidos por siglas: NL63, 229E, OC43 e HKU1. Como causam doença leve e corriqueira, não chamam a atenção. Mas a reinfecção é esperada e frequente, informa o estudo, que analisou dados de dez pessoas acompanhadas por 35 anos. À frente do estudo hoalndês, a virologista Lia van der Hoek disse estar convencida de que as características da resposta defesa são representativas para todos os tipos de coronavírus, incluindo o Sars-CoV-2.

 

A descoberta só foi possível porque o grupo de Van der Hoek faz um acompanhamento de longo prazo dos coronavírus sazonais. Eles analisaram 513 amostras de soro coletadas em intervalos regulares desde 1980. As amostras foram tiradas de dez homens e o objetivo inicial era estudar os coronavírus de resfriado.

 

Os pesquisadores mediram elevações na concentração de anticorpos específicos contra a proteína do nucleocapsídeo. Essa proteína é comum a todos os coronavírus e muito abundante. O aumento dos anticorpos é um indicador de nova infecção. Eles descobriram ainda que as reinfecções costumam ocorrer um ano após a infecção inicial. Mais pesquisas são necessárias. Porém, está claro que a breve duração da imunidade precisa ser levada em conta em todas as estratégias contra a pandemia, destacaram os cientistas.



Fonte: O Globo | Portal da Enfermagem
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