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Casos suspeitos de dengue crescem 82% em SP e Estado prevê piora da epidemia

21/02/2020

A Secretaria da Saúde paulista já confirmou sete mortes – no mesmo período do ano passado foram duas. “Estamos preocupados com o coronavírus da China, mas é a dengue que está matando em São Paulo”, disse o superintendente estadual de Controle de Endemias, Marcos Boulos. O infectologista explicou que a maior letalidade pode estar associada à circulação do vírus tipo 2. “Muitas pessoas tiveram a dengue na grande epidemia de 2015 e nos anos seguintes, quando prevalecia o tipo 1. O paciente que é infectado por outro vírus, como está acontecendo com o 2, geralmente apresenta sintomas mais graves e o risco de morte é maior”, disse.

 

Segundo ele, o número de casos no Estado teve um grande crescimento a partir da segunda quinzena de janeiro e já caracteriza epidemia. “Tivemos um aumento na infestação do Aedes (mosquito transmissor) e a situação deve piorar. Esperamos uma progressão de casos ainda maior em março e o ápice em abril. A doença já está aí, o mosquito saiu do controle. O tipo 2 começou a circular no ano passado e agora está aí, muito espalhado. Vai pegar para valer em uma população altamente suscetível. Temos de melhorar a assistência médica e preparar os setores de terapia intensiva.”

 

Ele alertou que a população está com medo do coronavírus e acaba descuidando do mosquito transmissor da dengue, doença que pode ser grave e matar. “Estamos longe da China e dessa epidemia que é típica de inverno. Seria problema se estivéssemos no inverno e em contato com os chineses. Aqui, no verão, precisamos falar mais da dengue, que está matando pessoas”, observou. Em março, equipes da secretaria vão percorrer o Estado para orientar a rede de saúde, especialmente os hospitais, sobre o diagnóstico e tratamento dos casos.

 

Chuvas

 

Os temporais que atingiram o interior e o calor intenso dos últimos dias contribuem para a proliferação do mosquito. A doença se expande principalmente nas regiões norte e oeste, além do Vale do Paraíba. Na terça-feira, um idoso de 72 anos diagnosticado com dengue morreu em Ribeirão Preto, que tem 1.949 casos confirmados e 6.129 em investigação, segundo a prefeitura. O município lidera o ranking da doença no Estado. Há ainda três mortes confirmadas e uma suspeita. A Secretaria da Saúde ampliou o fluxo de atendimento nas unidades e, para combater o mosquito, só em janeiro houve 40.359 vistorias em imóveis, com 3.488 criadouros achados.

 

As prefeituras de Presidente Prudente e Rancharia, no oeste paulista, decretaram estado de emergência por epidemia de dengue na terça-feira.

 

‘Cansada como se tivesse corrido a maratona’

 

A agente de viagens Francine Aparecida de Campos, de 42 anos, moradora de Sorocaba, completava nesta quinta-feira, 20, o terceiro dia de cama, depois que os sintomas da dengue se agravaram. “Estou mal há seis dias e estava tentando continuar em pé, mas não deu. Ainda estou com muito mal-estar, dor de cabeça, dor forte no fundo dos olhos, dor abdominal, pintinhas na pele e cansaço extremo. Se levanto e ando um pouco pelo quarto, fico cansada, como se tivesse corrido uma maratona”, disse.

 

Francine mora em um condomínio fechado no bairro Ipanema das Pedras. “Em casa não tem larva de jeito nenhum, mantenho tudo controlado. O problema é uma piscina sem tratamento aqui do lado, acho que os mosquitos estão criando lá e já alertei o condomínio.” Os primeiros sintomas vieram acompanhados de diarreia e febre. “Procurei atendimento médico quatro vezes e só na última tive o diagnóstico, depois que os exames mostraram que as plaquetas tinham baixado muito.”

 

Como mora sozinha, a agente pediu ajuda à mãe, que a acudiu e acompanha o tratamento. Com dengue pela primeira vez, ela controla a febre e toma muito líquido. “Já teve epidemia de dengue por aqui, mas nunca peguei. Agora veio forte, não desejo isso para ninguém”, disse.

 

Sorocaba tem 274 casos confirmados este ano e está em alerta. A estudante Thais Fabricio Marques, de 22 anos, também moradora do município, conta que foi três vezes ao pronto-atendimento e, na segunda, a suspeita foi de dengue. “Estava com dor no olho, dor no corpo, a febre ia e voltava. Fui encaminhada para o postinho e fiz exame de plaqueta, mas estava normal”, relata. “O fato é que não descobriram a causa dos sintomas. Eu gostaria muito de saber, pois, se foi dengue, preciso tomar cuidado para não pegar outra vez, pois o risco de se agravar é maior.” 

 

Centro-Oeste tem situação mais grave

 

Por regiões do País, a situação é mais grave no Centro-Oeste, que apresenta 105,75 casos por 100 mil habitantes, vindo a seguir Sul (85,36/100 mil), Sudeste (46.56/100 mil), Norte (28,68/100 mil) e Nordeste (8,58 casos/100 mil). Destacam-se os Estados de Acre, Mato Grosso do Sul e Paraná, com incidência acima de 200 casos por 100 mil moradores.



Fonte: O Estado de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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