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Próteses e toucas auxiliam mulheres que perdem cabelos

15/10/2019

Foi no final da adolescência que Giovana Iniesta, 28, percebeu que algo diferente acontecia com seu cabelo. Não via muitos fios caindo, o que seria um sintoma esperado do estresse que sentia, mas notava uma mudança no espelho: fios mais ralos no topo da cabeça. "Eu sabia que homens tinham calvície, mas não tinha ideia de que mulheres poderiam tê-la também", diz ela, que demorou dez anos até saber o real nome de sua condição: alopecia androgenética.

 

O problema é desencadeado por fatores de ordem genética e hormonal e também está associado ao excesso de hormônios masculinos. Na tentativa de reverter a alopecia ao longo dos anos, Giovana fez sessões de laser que estimulam o crescimento dos fios e tomou variados remédios. "O problema é que o tratamento geralmente envolve substâncias que inibem hormônios masculinos, o que nos deixa cansadas e sem libido", diz ela.

 

Hoje, toma duas substâncias antiandrogênicas, usa loção e se submete à intradermoterapia, em que injeções são aplicadas no couro cabeludo. Mas também recorreu a outra saída: apliques. Diante das falhas no cabelo, cogitou usar perucas, mas, como ainda tem uma boa quantidade de fios, pode usar uma espécie de extensão junto ao seu cabelo e ganhar mais volume. Clientes como Giovana são o público-alvo de salões especialista em próteses capilares que vendem perucas mais modernas.


As próteses são produzidas fio a fio, com os cabelos colocados manualmente em uma microtela cor de pele, repleta de furinhos. Um deles, o Hair Look, em São Paulo, tem como foco não só os pacientes com alopecia mas também aqueles que fazem tratamentos de quimioterapia com queda dos cabelos. "A prótese é leve e confortável, mais arejada que uma peruca. Vem sem cor e corte, então personalizamos para o cliente", diz a proprietária Daniela Rosa. 

 

Ela explica que, como a prótese usa fios naturais, é possível escová-los, usar secador, fazer penteados e prender os cabelos. "Dá para dormir, tomar banho e lavar a cabeça sem retirar a peça. É uma vida normal", diz. A prótese é fixa com microfitas adesivas antialérgicas de colágeno. O preço varia de R$ 4 mil a R$ 5.300, e indica-se uma manutenção a cada 15 ou 20 dias —até lá, a peça não precisa sair da cabeça.

 

"Temos clientes variados, mas atendemos mais mulheres que querem recuperar sua autoestima. Quando é alguém que está fazendo quimioterapia, passamos as orientações para que todo o procedimento seja feito com um de nossos profissionais." A queda começa de uma a três semanas após o início da quimioterapia, e leva a uma perda total de cabelos em um a dois meses, segundo a dermatologista Flávia Basílio. "A recuperação ocorre de três a seis meses após o agente desencadeante ser suspenso". 

 

Outra alternativa para lidar com o efeito colateral da quimioterapia é o uso das toucas geladas durante as sessões de aplicação do medicamento. "A hipotermia diminui o metabolismo celular e reduz a perfusão e, consequentemente, diminui a concentração de quimioterápico que chega ao couro cabeludo."

 

É um método eficaz para 50% a 80% dos pacientes. Mas, independentemente do resultado, Basílio diz que casos de alopecia permanente após quimioterapia são raros, e que o mais comum é que o paciente se depare com mudanças temporárias na estrutura dos fios, que podem ficar mais ondulados, e em sua coloração, até que as células que produzem a pigmentação comecem a funcionar novamente.

 

"A gente fica com aquele medo do que vai ver no espelho, e isso é natural. Você não está sendo fútil por querer continuar bonita e sexy durante o tratamento", diz a empresária Flavia Flores, 41, idealizadora do Instituto Quimioterapia e Beleza, que, em cinco anos, já distribuiu gratuitamente mais de 25 mil lenços para mulheres em tratamento quimioterápico. 

 

Em 2013, ela foi diagnosticada com câncer de mama. "Sofri muito com a ideia de perder os cabelos. Eu era apegada e muito vaidosa". Flores conta que, na época, perdeu o namorado e o emprego e voltou para a casa da família. "Não podia gastar uma grana com uma peruca chique e cara, pois não sabia se precisaria de mais uma cirurgia. Então, resolvi comprar várias perucas baratas e me diverti muito com elas. Quando elas ficaram muito feias, precisei jogá-las fora e acabei me entendendo com os lenços".

 

Para ela, mesmo quem enfrenta a perda dos cabelos e não tem recursos para investir nas próteses ou perucas pode encontrar meios de diversificar e incrementar a aparência. Em seus vídeos, ela ensina amarrações para os lenços que vão de estilos mais simples até a coques e tranças feitos com o próprio tecido e diferentes acessórios.


SAIBA MAIS SOBRE A ALOPECIA ANDROGENÉTICA


Causa
Ela é desencadeada por inúmeros fatores de ordem genética e hormonal e também está associada ao excesso de hormônios andrógenos (masculinos).


Tratamento
Entre as opções terapêuticas há os medicamentos tópicos, orais (como a finasterida) e antiandrógenos sistêmicos (como a ciproterona e espironolactona).


No caso de alopecia androgenética feminina, dá-se preferência à terapêutica tópica. Existem também lasers que podem ser utilizados para estimular o crescimento dos fios. Nos casos mais graves, o transplante de cabelo pode ser uma opção. Um dermatologista pode indicar o melhor tratamento para cada pessoa.


Fonte: Sociedade Brasileira  de Dermatologia 



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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