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“Aos 49 anos, estava velha demais para o mercado de trabalho”

15/05/2019

Nascida em Petrópolis, cidade serrana do Rio de Janeiro, Patricia Braga tinha o que se poderia chamar de trajetória impecável. Havia cursado faculdade de letras e, falando três línguas, começara a carreira como secretária, mas não parara por aí. Sua eficiência no mundo corporativo a levara a um cargo executivo: era office manager numa multinacional, o equivalente a gerente administrativo. No entanto, também sofria de síndrome de burnout, como é conhecido o esgotamento físico e mental causado pelo excesso de estresse.


Como a maioria das pessoas de sua geração, trabalho não tinha que rimar com prazer: “fui criada com a ideia de que sucesso é ter dinheiro, comprar carro, casa e viajar, e que prazer era para as horas vagas, como um hobby”. Portanto, tudo estava dentro do previsto, até que, um mês antes de completar 50 anos, foi demitida: “eu achava que me recolocaria facilmente, mas descobri que estava velha demais para o mercado de trabalho, aliás, para qualquer vaga. Levei um susto, fiquei deprimida”.

 

Isso foi há três anos e o recomeço foi duro, mas Patricia decidiu abrir várias frentes. “Experimentei Uber, fiz aulas de artesanato, fui promotora de eventos, trabalhei como voluntária em ações de empreendedorismo feminino e comecei a estudar o assunto. Descobri que adorava lidar com gente e, embora ainda não tivesse consciência plena do que acontecia, estava ressignificando minha vida, procurando o lugar onde poderia me encaixar”, conta.

 

Daí surgiu a ideia de equipar uma bicicleta que vendesse artesanato e os pães de mel e alfajores que produzia com a sócia, Marcia Amaro. Os uniformes e cartões de visita estavam prontos e a bike “Penélope” decorada. Mas cadê a coragem de ir para a rua? Foi no dia 13 de abril de 2018, seu aniversário, que ela deu a primeira volta no quarteirão onde mora, em Botafogo, com o marido, a filha adolescente e o cachorro. Atualmente, o Mavi Ateliê Culinário e as Criações da Pat recebem inclusive encomendas pela internet.

 

Patricia já recebeu convites para voltar ao mundo corporativo, mas só se vê de novo nesse ambiente se a atividade lhe der prazer. “Hoje eu acordo na segunda-feira cheia de disposição. Também quero ajudar os outros que estão se sentindo perdidos, porque recebi muita ajuda e gostaria de retribuir. Quero mostrar como é importante quebrar paradigmas, passar a ver as coisas sob uma nova perspectiva”, afirma. Numa palestra sobre sua trajetória, levou a plateia às lágrimas ao começar a falar vestida como executiva e, aos poucos, ir trocando peças do vestuário e se apresentar com seu uniforme impecável de vendedora de doces.

 

 Patricia e a sócia, Marcia Amaro: bike para vender pães de mel e alfajores, além de artesanato  — Foto: Acervo pessoal

 

Patricia e a sócia, Marcia Amaro: bike para vender pães de mel e alfajores, além de artesanato — Foto: Acervo pessoal



Fonte: Bem Estar | Portal da Enfermagem
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