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França alerta sobre uso do ibuprofeno em algumas infecções

22/04/2019

A Agência Francesa do Medicamento (ANSM) alertou médicos e pacientes sobre os riscos do uso de ibuprofeno e uma droga similar, cetoprofeno, no tratamento de algumas infecções e pediu às autoridades europeias uma extensa pesquisa sobre esses dois remédios.

 

A ANSM, que em junho encomendou a suas unidades de Tours e Marselha um estudo sobre o caso, emitiu nesta quinta-feira uma série de orientações que, entre outras coisas, recomendam priorizar o paracetamol em vez do ibuprofeno em caso de dor (exceto da coluna) ou febre. A recomendação não é o resultado de uma crise de saúde, mas obedece aos constantes processos de reavaliação do equilíbrio entre riscos e benefícios que o uso de qualquer droga implica.

 

Neste caso, a ANMS destaca alguns riscos do ibuprofeno no tratamento de infecções como anginas, rinofaringites, otites, tosse, infecção pulmonar, algumas lesões cutâneas e catapora (varicela). Por isso, indicou algumas regras de utilização adequada deste anti-inflamatório. Recomenda usar "na dose mínima eficaz, com a menor duração", parar o tratamento assim que os sintomas desaparecerem e não o prolongar por mais de três dias em caso de febre nem mais de cinco se houver dor.

 

Os centros regionais de Tours e Marselha concluíram que há uma série de infecções, em particular por estreptococos, que podem ser agravadas pela ingestão desses dois medicamentos. Estas complicações foram observadas após períodos muito curtos de tratamento (dois a três dias) quando o ibuprofeno ou o cetoprofeno tinham sido prescritos (ou utilizados em automedicação) para a febre, problemas cutâneos benignos de aspecto inflamatório, respiratórios ou de nariz, ouvido e garganta.

 

O estudo começou em 2000 e, durante o seu desenvolvimento, os pesquisadores franceses analisaram 337 casos de complicações infecciosas graves com ibuprofeno e 49 com cetoprofeno que resultaram em hospitalizações, sequelas e até mesmo a morte.

 

Estudos anteriores tinham se concentrado nas doses administradas, que recomendavam reduzir. Estes trabalhos concluíram que na grande maioria das ocasiões não é necessário usar a dose de 600 miligramas para adultos (a mais vendida na Espanha) e que a de 400 miligramas é suficiente. O uso de ibuprofeno também tem sido associado a problemas cardíacos, intestinais e vasculares.

 

O ibuprofeno se consolidou nas últimas décadas como o fármaco mais utilizado, depois do paracetamol, contra casos leves de dor, inflamação e febre. Um porta-voz da ANSM explicou que, atendendo "ao pedido francês", será realizada uma análise coordenada com os homólogos europeus. O porta-voz lembrou que as autorizações de medicamentos são feitas para toda a Europa, não apenas para a França, e que é nessa escala que deve ser feita uma reavaliação da relação risco-benefício.



Fonte: El País | Portal da Enfermagem
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