
Você pode não saber exatamente como ela é realizada, mas já ouviu falar sobre a cirurgia de Ponte de Safena. Na verdade, esse é o nome popular de uma das cirurgias mais realizadas no mundo inteiro: a Revascularização do Miocárdio. No Brasil, mais de 21.000 procedimentos foram realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 2017*.
O problema é que a técnica mais utilizada por aqui para coletar os vasos da perna do paciente é a safenectomia tradicional – quando o cirurgião realiza uma grande incisão ao longo de toda a perna, ou então várias incisões desde a virilha até o tornozelo. Com a safenectomia tradicional, há um grande risco de infecção, edemas, trombose, dor e hematoma, e a recuperação é desconfortável e lenta. Os problemas são agravados nos casos de pacientes diabéticos ou obesos e, ao final do processo, todos passam a conviver com uma grande e incômoda cicatriz.
Mas um dispositivo inovador e ainda pouco adotado no Brasil permite a realização da técnica EVH (Coleta Endoscópica dos Vasos): Vasoview Hemopro. Com o auxílio de vídeo e em uma única incisão de até 3cm de extensão, o Vasoview Hemopro torna o procedimento muito menos invasivo, acelera a recuperação dos pacientes e deixa uma pequena cicatriz.
Devido à redução de complicações pós-operatórias frequentes, esse método é considerado padrão em vários países e é o mais utilizado nos Estados Unidos, por exemplo. Além disso, a experiência dos hospitais que têm aplicado a EVH no Brasil demonstra melhora da recuperação dos pacientes a curto, médio e longo prazos.
Dr. Gustavo Judas, cirurgião Cardiovascular e presidente do Departamento de Cirurgia Endovascular e Minimamente Invasiva da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular, afirma que “por se tratar de uma técnica menos invasiva, que dispensa a realização de diversos cortes na perna do paciente, a EVH traz como principal vantagem a diminuição significativa nas complicações infecciosas relacionadas à safenectomia tradicional, principalmente em pacientes obesos e diabéticos, que constituem a grande parte dos pacientes que necessitam da cirurgia de Revascularização do Miocárdio e que têm um risco aumentado de infecção no local de retirada da safena”.
Com o Vasoview Hemopro, em vez do corte total, a incisão na perna é de três centímetros no máximo – facilitando o processo de cicatrização e garantindo a qualidade da veia retirada.
“Com o auxílio do vídeo e apenas uma única incisão de aproximadamente 3cm, esta técnica permite, de maneira segura e eficaz, a retirada de toda a veia safena do paciente”, afirma o Dr. Gustavo Judas. "Um hematoma leve no local pode ocorrer com relativa frequência em pacientes mais magros e com veia safena mais superficial”, complementa o médico.
Visão geral da cirurgia de Ponte de Safena
De acordo com o Dr. Gustavo Judas, a cirurgia de ponte de safena é recomendada aos pacientes triarteriais, ou seja, aqueles que apresentem lesões graves em pelo menos três artérias coronárias de maior importância. Estas lesões, ou estenoses, comprometem o aporte sanguíneo e a oxigenação do miocárdio, gerando um risco de infarto. Para entender o benefício do Vasoview Hemopro na recuperação dos pacientes, é necessário explicar a cirurgia de Ponte de Safena que, na verdade, inclui dois procedimentos cirúrgicos:
• Primeiro, um ou mais vasos sanguíneos saudáveis são coletados da perna (veia safena) ou do braço (artéria radial) do paciente para ser utilizado como ponte;
• Em seguida, o cirurgião cria a ponte em uma ou mais artérias coronárias danificadas, ou bloqueadas, no coração. Com estas novas pontes, o coração poderá, então, receber seu suprimento de oxigênio tão necessário.
*Fonte: Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)
Fonte: divulgação | Portal da Enfermagem
Comentários
Realmente um material muito interessante, quem já passou por uma ponte de safena sabe do incômodo de uma cicatrização da perna! Muitos pacientes que conheci falam que o coração está ótimo, mas a perna demora a recuperar...