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Pais se tornaram reféns da tecnologia para criar os filhos, afirma neuropsicóloga

09/05/2018

O seu filho só se alimenta em frente à televisão, ao celular ou ao tablet? Se a resposta for sim, é hora de repensar esse hábito. Segundo especialistas, a prática não é saudável e pode desencadear problemas de saúde, como a obesidade.

 

A psicóloga Carol Kolhy, 35, tem travado uma batalha diária com a filha, Manoela, 8. "Ela chega em casa da escola e já liga o tablet. Na hora do jantar, ela sempre leva o aparelho à mesa", diz Carol. "Tenho pegado bastante no pé dela, mas ela reclama, fica emburrada, é difícil lidar com a situação."

 

Segundo Deborah Moss, neuropsicóloga, os pais se tornaram reféns da tecnologia para criar os filhos. "Os aparelhos são utilizados para distrair a criança enquanto ela ingere os alimentos", explica Deborah.  "O problema é que a criança não mede a quantidade do que come, e a noção de saciedade é perdida. Ela não nota o que está comendo."

 

Segundo Deborah, o pequeno também não consegue criar gosto pela comida. A pediatra Cylmara Gargalak Aziz afirma que a Sociedade Americana de Pediatria, baseada em estudos científicos, orienta que crianças de dois anos até a adolescência não devem ficar mais do que duas horas por dia em frente a uma tela –de qualquer aparelho. "É correlacionado ao aumento da obesidade, tanto nesse período da vida quanto na fase adulta."

 

Para Carol, que trabalha durante o dia e só vê a filha à noite, a hora de jantar é o momento em que ela pode apreciar a companhia da menina. "Estamos todos reunidos, mas ela fica alienada, alheia a tudo o que acontece", reclama Carol. "É tão curto o tempo que ficamos juntas! Eu gostaria que pudéssemos ter esse período para nós, para saber como foi o dia dela na escola, por exemplo."

 

A pediatra Cylmara confirma o que pensa Carol e faz um alerta acerca dos menores de dois anos. "Quando pequenas, crianças expostas à televisão têm grande risco de se desligarem do ambiente e perderem a sociabilização." 

 

O pediatra Nelson Douglas Ejzenbaum afirma que os pais, para mudar a situação, precisam explicar aos filhos que as regras em casa mudaram, para tirá-los da frente da tela. "Crianças aprendem por mecanismos de repetição. Por isso, os pais devem ser firmes."



SAIBA COMO LIDAR

Informe a mudança Avise ao seu filho que, a partir de agora, não será mais permitido utilizar o aparelho eletrônico à mesa

 

Faça combinados Explique à criança que ela poderá ter o aparelho depois que se alimentar e interagir com a família 

 

Imponha limites Estabeleça um horário determinado para a criança utilizar o tablet. Isso a incentivará a procurar outras formas de distração, como brincar, ler um livro, conversar com a família

 

Não ceda Inicialmente a criança deve resistir à mudança e pode até se recusar a comer, como forma de chantagem. Não mude sua postura

 

Repita o processo diariamente Crianças aprendem pela repetição. Se você mantiver a mesma situação dia após dia, ela saberá que as novas regras é que valem

 

Fontes: Deborah Moss, neuropsicóloga; Nelson Ejzenbaum, pediatra; e Cylmara Gargalak Aziz, gastropediatra



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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