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Vírus primos da zika também causam má-formações em fetos de roedores

01/02/2018

O Brasil já não registra mais surtos de microcefalia e zika, mas as chances de o país ter novas epidemias são reais e, para piorar, os vírus primos da zika também podem causar má-formação em fetos, segundo indica um novo estudo.

 

Os cientistas, a maior parte deles da Universidade de Washington, nos EUA, estudaram o impacto das infecções pelos flavivírus (mesmo gênero da zika ) da febre do Nilo ocidental (causada pelo vírus do oeste do Nilo) e do vírus powassan. Além disso, concentraram-se também na chickungunya e no vírus mayaro (os dois são alphavírus). Em testes com camundongos, todas as arboviroses –ou seja, doenças que podem ser transmitidas por insetos– analisadas provocaram, em algum grau, infecções fetais.

 

As complicações mais graves, como má-formação e até morte dos fetos, foram encontradas somente nos vírus do oeste do Nilo –cujo ciclo é entre os mosquitos Culex e pássaros, com humanos como hospedeiros eventuais– e no powassan –com ciclo entre o mosquito Ixodes e roedores, e também com pessoas como possíveis hospedeiros acidentais. A infecção por esses flavivírus, contudo, foi considerada pelos pesquisadores como menos grave do que o documentado até o momento na zika.

 

Para garantir que a má-formação não fosse exclusiva nos roedores, os cientistas também fizeram testes in vitro com tecidos humanos. O resultado foi semelhante ao encontrado nos camundongos, com uma replicação viral eficiente. Segundo os pesquisadores, "é provável que infecções por flavivirus resultem em complicações na gravidez e má-formações congênitas mais frequentemente do que o imaginado." Já nos casos da chickungunya e do vírus mayaro, a replicação viral, mesmo ocorrendo, foi muito menos eficiente nos tecidos humanos.

 

O fato de não haver relatos e dados sobre possíveis más-formações associadas ao vírus do oeste do Nilo e ao vírus powassan poderia ser explicado, segundo os cientistas, por falta de cuidados médicos adequados. "Esses casos podem passar despercebidos por conta de precários cuidados pré-natais disponíveis para mulheres em várias regiões do mundo afetadas por surtos de flavivirus", afirmaram os pesquisadores.

 

Contudo, deve-se ver com cuidados os resultados encontrados, considerando que, além de serem testes in vitro –ou seja, não se sabe realmente o que acontece a mulheres grávidas infectadas–, o material utilizado era proveniente de poucas pessoas, o que traz uma limitação quanto à idade gestacional e variabilidade genética das amostras. A pesquisa foi publicado na tarde desta quarta (31) na revista científica "Science Translational Medicine".



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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