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Vírus primos da dengue podem estar na ativa

18/09/2017

Os recentes surtos de denguezika e febre amarelapodem mascarar o surgimento de outras arboviroses (transmitidas por artrópodes, como mosquitos e outros insetos). A emergência dos vírus de Saint Louis e do rocio no Brasil, causadores de encefalite e meningoencefalite (infeção no cérebro e nas meninges), estão na mira dos pesquisadores. Ambos são flavivírus, como o vírus da dengue.

 

Segundo o pesquisador Luiz Tadeu Figueiredo, professor da USP de Ribeirão Preto, a epidemia pode já estar acontecendo e os casos sendo confundidos com dengue, pela semelhança dos sintomas. O risco maior é que os diagnósticos não são precisos.

 

O alerta foi dado durante 28º Congresso Brasileiro de Virologia, realizado em Belo Horizonte, que reuniu 500 pesquisadores da América Latina. Figueiredo mostrou o resultado de um estudo que identificou uma epidemia do vírus de Saint Louis em São José do Rio Preto, distante 440 km da capital paulista.

 

Esse vírus foi isolado durante um surto, em 1933, nas cidades de Saint Louis e Kansas, nos EUA. "Mais ou menos 5% dos casos de dengue podem ter uma manifestação neurológica. Uma parte pode ter meningite e encefalite", detalha o pesquisador.

 

A encefalite de Saint Louis é transmitida com a picada do mosquito do gênero Culex. "Aquele pernilongo que toca musiquinha no ouvido da gente", brinca o professor. Mas esse vírus tem uma tendência a causar a inflamação no cérebro e nas meninges.

 

Com o resultado inicial da pesquisa realizada em São José do Rio Preto, Figueiredo afirma já ser possível perceber que a incidência é maior em pessoas idosas. Já o rocio é mais conhecido. Entre 1975 e 1978 houve uma epidemia do vírus no Vale do Ribeira e na Baixada Santista. Cerca de mil pessoas foram infectadas e mais de cem morreram.

 

Os hospedeiros do rocio são animais silvestres, como passarinhos, roedores e morcegos. Quando esses animais são picados por mosquitos dos gêneros Aedes, Psorophora e Culex, eles passam a carregar o vírus e podem transmiti-lo para os humanos.

 

Na opinião de Figueiredo, os pesquisadores e os órgãos de saúde devem ficar alertas, pois o combate a cada vetor pode exigir medidas específicas. Outro ponto é que a vacina pode ser mais simples, em comparação àquela da dengue, já que tanto o vírus St. Louis quanto o do rocio são "únicos", enquanto o vírus do dengue se divide em quatro subtipos. Com esse alerta, diz Figueiredo, o processo de desenvolvimento de uma vacina pode ser acelerado. "Temos que pensar na possibilidade."



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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