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Aulas presenciais e também on-line incentivam exercícios de mães e bebês

09/08/2017

Mulheres que deram à luz há pouco tempo não precisam mais escolher entre cuidar do bem-estar físico ou cuidar do bebê recém-nascido. Aulas em grupo repaginadas e serviços on-line, que oferecem vídeos, unem a prática de exercícios para todos os gostos com o contato com bebês.

 

"Eu quero ficar com meu filho. Não ia deixá-lo com uma babá e passar uma tarde de madame. Eu tive um bebê para cuidar dele", afirma a florista Marina Gurgel, 31, mãe de Benjamin, 9 meses. Gurgel é uma das mães que frequenta o Projeto Umbigo, em São Paulo. A iniciativa começou com a necessidade da mulher de Pedro Sobral, professor de educação física, de voltar às atividades físicas. "O foco era acolher essas mães, tirá-las de casa e trazê-las para a vida social", diz Sobral, segundo o qual também há uma ideia de troca de informação sobre a maternidade nas aulas do projeto.

 

Do ponto de vista prático, Sobral usa pilates e treinamento funcional para fortalecer a musculatura, melhorar a postura e, com isso, evitar dores pelo corpo. No mesmo caminho, o Dança Materna, também em São Paulo, aposta –como o nome indica– na dança como atividade física e como forma de "fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê, com pais sendo bem-vindos", segundo a professora Tânia Silva.

 

Letícia Penedo, 35, professora de artes e mãe de Olívia, com quase 5 meses, conta que, além da vontade de vencer o dia a dia "maçante sozinha em casa com a filha", a dança é uma forma de se resgatar. "Eu sinto o corpo pedindo socorro. Tenho dor no braço, na lombar e nas costas, e ela é levinha, imagina um bebê grandão", diz Penedo, após a aula de dança, que acabou servindo para ninar Olívia.

 

Para Marco Borges, obstetra do Hospital das Clínicas da USP e autor de um livro sobre atividades no puerpério, é interessante levar a criança, mas talvez não em todas as aulas. "A mãe quer um momento dela. Há tanto envolvimento com a amamentação e o cuidado com o bebê que aquela atividade física vira higiene mental", afirma ele. De acordo com Renato Ajeje, obstetra da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, além do bem estar físico, o exercício no pós-parto é importante para trabalhar a postura.

 

Borges afirma que mulheres que tiveram parto normal e sem maiores complicações podem começar a fazer caminhadas leves do 10º ao 30º dia, aumentando a intensidade a partir do 40° dia. Depois de 60 dias, as atividades podem ser feitas quase normalmente, dependendo de como correu a gravidez. Em casos de cesarianas, é aconselhável um repouso maior, entre 30 e 45 dias, segundo Ajeje. De toda forma, é importante que, antes de iniciar qualquer tipo de atividade física, haja avaliação e liberação do obstetra. "Quando nasce o bebê, já vamos para o quarto com a expectativa de ter sumido a barriguinha", diz a arquiteta Fernanda Regolin, 39, mãe de duas crianças. Ela participa do Mães Ativas, na cidade de Campinas (SP).

 

O projeto, que ensina exercícios numa academia de crossfit e possibilita a presença dos bebês na aula, surgiu quando a educadora física Joana Magalhães teve seu primeiro filho e, para se exercitar, corria só no quarteirão de casa, para estar próxima ao bebê caso ele precisasse. Para facilitar a malhação, alguns projetos oferecem aulas on-line, como é o caso do Mamãe Sarada, idealizado pela educadora física Gabriela Cangussu. Por meio do projeto, as mães têm acesso a vídeos de orientação para dez exercícios funcionais e mais dois feitos junto com os bebês. Os exercícios diários, segundo Cangussu, duram 14 minutos e dispensam o uso de qualquer acessório.

 

Na mesma linha, o Pós-Parto em Forma, de Gizele Monteiro, oferece um e-book, vídeos e planilhas para monitorar treinamentos e buscar a melhora física. Nesse caso, não há opção de atividades com o bebê –só com consultoria personalizada. Os preços de todos os serviços variam bastante –começam de R$ 70 por uma aula avulsa até cerca de R$ 1.000 por pacote on-line.


Faça em casa


  Ilustração Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress  

 

>Coloque o bebê sobre as pernas esticadas ou entre as pernas abertas e esticadas e aproxime, em direção ao bebê, o tronco (que deve sempre estar ereto). A projeção do corpo deve ser confortável, com intensidade leve a moderada. Mantenha a posição por entre 10 e 30 segundos


>Objetivo: Prevenção para dores lombar e pélvica


  Ilustração Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress  

 

>Cruze as pernas de forma confortável e coloque o bebê deitado à sua frente ou no colo. Apoie uma mão no chão e, com a outra, estique-se para esse mesmo lado. Procure manter o abdômen contraído e a coluna reta. A projeção do corpo deve ser confortável, com intensidade leve a moderada. Mantenha a posição por entre 10 e 30 segundos


>Objetivo: Reorganização da postura


  Ilustração Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress  

>Afaste as pernas, de modo que elas fiquem maiores que a largura dos seus ombros. O bebê deve estar de costas para seu corpo, podendo estar abraçado ou no canguru. Faça um agachamento, até que se forme, aproximadamente, ângulo de 90° entre coxa e panturrilha. Volte suavemente. Fazer de 1 a 3 séries, com entre 8 e 15 repetições


>Objetivo: Fortalecimento de membros inferiores


  Ilustração Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress  

>Deitada no chão e com as pernas flexionadas, coloque o bebê sobre o abdômen. Segure os bracinhos do bebê e o mantenha em contato visual com você. Eleve o quadril do solo buscando controlar a contração abdominal. Deve-se formar uma linha diagonal. Cuidado para não sobrecarregar a coluna. Fazer de 1 a 3 séries, com entre 5 e 10 repetições


>Objetivo: Prevenção e melhora de dores lombar, pélvica e incontinência urinária


  Ilustração Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress  

>Fique em posição como se fosse fazer uma flexão, com os joelhos apoiados no chão. Coloque o bebê entre seus braços. Faça a flexão, aproveitando para brincar com bebê com a boca. Fazer até 12 repetições


>Objetivo: trabalho de braços


  Ilustração Luciano Veronezi/Editoria de Arte/Folhapress  

>Apoie os antebraços no solo –devem estar afastados na largura dos ombros. O bebê pode ficar entre seus antebraços. Mantenha quadril e coluna alinhados e abdômen contraído. Mantenha posição entre 4 e 10 segundos


>Objetivo: Trabalha musculatura abdominal e previne e melhora dor lombar e pélvica



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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