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Médico holandês é suspeito de ter usado seu sêmen em inseminações

26/05/2017

Doze pessoas nascidas de um centro de fertilidade holandês abriram um processo contra o local. Segundo os pacientes, o diretor do centro é o pai biológico deles e, durante anos, usou seu próprio material genético nas inseminações.


As 12 pessoas –e dez mães que suspeitam que seus filhos tenham recebido o material genético de Jan Karbaat, diretor da clínica que morreu no mês passado aos 89 anos– pedem, na ação aberta em uma corte em Roterdã, para ter acesso ao DNA de Karbaat. Os suspeitos de serem filhos dele têm entre 8 e 36 anos.


Entre 1980 e 2009, Karbaat comandou uma clínica de fertilidade nas proximidades de Roterdã e ficou conhecido no campo da reprodução assistida. Cerca de 10 mil crianças foram concebidas com auxílio da clínica.


O fechamento da clínica ocorreu de forma controversa, por não atender aos requisitos de armazenamento do material. Os boatos começaram a circular depois que testes genéticos em duas crianças concebidas na clínica apontaram que elas eram meio irmãs.


Em 2015 uma comissão governamental apontou que o local tinha uma qualidade tão ruim de registros que nenhuma das identidades dos doadores era considerada confiável.


Pouco depois, as pessoas que tinham suspeitas sobre sua paternidade começaram a preparar a ação judicial, mas Karbaat morreu antes que o caso chegasse à Justiça.


Agora, os pacientes querem que as autoridades autorizem seu acesso a itens de Karbaat como escova de dentes e aparador de pelos nasais –mesmo que, em seu testamento, ele tenha afirmado que não queria que seu DNA fosse recolhido.


A questão transcende a fronteiras holandesas, considerando que o esperma congelado se tornou uma grande indústria nos EUA, com poucos bancos de material controlando o mercado. A FDA (agência reguladora americana) exige que o doador de sêmen faça exames para doenças infecciosas, mas, em geral, a regulação na área é leve.


Diversos processos judiciais têm surgido acusando os bancos de sêmen de negligência na manutenção dos registros dos doadores e de atrair pacientes com promessas exageradas e enganosas.


"Espero que a Justiça nos permita extrair o DNA dele para que possamos descobrir se somos seus filhos", disse Moniek Wassenaar, 36. A psiquiatra descobriu sua possível relação genética com Karbaat anos atrás, quando um anônimo apontou a semelhança depois de ver a foto dela em um jornal em um artigo sobre a busca dela do pai biológico.


Ela visitou Karbaat nos anos 1980 e ele admitiu que provavelmente era seu pai biológico. "Ele disse: 'Deixa eu ver suas mãos; você poderia ser minha filha'", disse Wassenaar.


Ela então pediu que ele fizesse um teste de DNA, mas ele se recusou e ela decidiu deixar por isso mesmo. A história mudou quando ela descobriu que outras pessoas estavam tentando descobrir se Karbaat era o pai biológico delas.


Laura Bosch, advogada que trabalha na organização suíça Defesa pelas Crianças, ajudou a preparar a ação judicial. Ela disse esperar chamar a atenção para uma questão maior: o direito de as crianças concebidas com a ajuda de clínicas de reprodução assistida terem certeza sobre sua ascendência.


Lisette de Haan, que representa a viúva de Karbaat, disse que sua cliente não se manifestaria publicamente sobre o processo.



Fonte: Folha de S. Paulo | Portal da Enfermagem
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