São Paulo, 16 de abril de 2024
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Dicas do Especialista

A atividade do cuidar, além de complexa , exige confiabilidade à assistência prestada por meio de procedimentos seguros. A construção de protocolos é imprescindível para a execução das ações nas quais a enfermagem está envolvida.

Por ‘protocolo’ define-se o conjunto de dados que permitem direcionar o trabalho e registrar oficialmente os cuidados executados na resolução ou prevenção de um problema. Em outras palavras, protocolo é uma proposta de padronização de procedimentos feitos pela equipe de enfermagem.


Diante desta fundamental ferramenta na rotina de auxiliares e técnicos e enfermeiros, o Portal buscou junto à enfermeira Rosângela Jerônimo dicas para a  elaboração de protocolos. O modelo abaixo pode ser aplicado a qualquer área de atuação da enfermagem na saúde.
Jerônimo explica que ao elaborar um protocolo o profissional responsável deverá estar atento para algumas questões, a saber:



- Iniciar com um cabeçalho padronizado para todos os documentos da instituição. Ex.:

Logo da Instituição

Nome do Protocolo

Protocolo
Nº 15

Versão
05

Elaborado em: Janeiro 2005

Última Revisão:
Julho 2010

Página:
1/2



- A numeração do protocolo deverá ser mantida sempre, independente das atualizações.

- As atualizações devem ser realizadas sempre que houver alterações. Uma revisão deve ser realizada periodicamente, independente de alterações. Minha sugestão é uma revisão no mínimo a cada 2 anos.

- A data inicial da elaboração do documento não deverá ser alterada, independente das novas versões.

- Ao realizar uma nova versão o editor responsável deverá substituir todas as cópias existentes desse documento, pela versão atualizada.

- Todo documento deverá constar os dados do editor (pessoa que elaborou o documento), do revisor (pessoa ou pessoas que analisarão o conteúdo) e do aprovador (normalmente chefe ou responsável técnico). Esses dados poderão constar no início ou final do documento. Lembre-se que o editor não deverá ser o revisor, que também não é o aprovador.

Ex.:

Elaborado por:

Revisado por:

Aprovado por:

 

 

 

 

Veja abaixo um modelo de protocolo:

Logo da Instituição

Ressucitação Cárdio Pulmonar

Protocolo
Nº 15

Versão
05

Elaborado em: Janeiro 2005

Última Revisão Julho 2010

Página:
1/2

 

Objetivo:
Prestar atendimento a um paciente em parada cardiorrespiratória.


Definições:
Parada cardiorrespiratória consiste na ausência de resposta aos estímulos, estado de inconsciência, ausênica de pulso na circulação central (grandes artérias) e ausência de respiração.


Atividades:
1. DETERMINAR INCONSCIÊNCIA: através de estímulo verbal e tátil. Verificar o horário de início do atendimento.

 

2. ACIONAR AJUDA: pode ser por acionamento de campanhia, telefone ou verbal. Um membro da equipe de enfermagem deverá encaminhar o carrinho de emergência para o local do atendimento e acionar o médico.

 

3. POSICIONAMENTO DO PACIENTE: colocar o paciente em decúbito dorsal horizontal e em superfície rígida para que não haja dispersão de energia utilizada durante as manobras de compressão torácica.

 

4. POSICIONAMENTO DOS PROFISSIONAIS:

4.1 o médico deverá posicionar-se na cabeceira do leito permitindo acesso as vias aéreas;
4.2 outro médico ou o enfermeiro deverá posicionar-se na lateral do leito permitindo acesso a região torácica (massagem);
4.3 o técnico ou auxiliar de enfermagem deverá posicionar-se junto ao carrinho de emergência, próximo ao leito, permitindo manuseio ao acesso venoso;
4.4 outro profissional de enfermagem deverá ser apoio dos demais profissionais, atendendo suas solicitações.


5. LIBERAÇÃO DAS VIAS AÉREAS: utilizar as manobras de elevação do queixo.


6. VERIFICAÇÃO DA VENTILAÇÃO: ver, ouvir e sentir, abaixando o rosto próximo ao rosto do paciente e tentando ver os movimentos respiratórios, ouvir ruídos ou sentir entrada ou saída de ar.


7. VENTILAÇÕES: realizar duas ventilações para verificar se há obstrução de vias aéreas.


8. VERIFICAÇÃO DE PULSO: pulso em grandes artérias (femoral ou carótida).


9. INICIAR AS MANOBRAS DE REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR: 30 compressões para cada 2 ventilações. A cada 5 ciclos, verificar pulso e trocar o profissional que realiza as compressões torácicas.


10. VIA AÉREA DEFINITIVA: o médico deverá realizar o procedimento de intubação orotraqueal.


11. MONITORIZAÇÃO: instalar o aparelho de desfibrilação / cardioversão para acompanhar o traçada eletrocardiográfico do paciente.


12. ACESSO VENOSO: o acesso poderá ser central ou periférico. Nos casos de acesso periférico instalar o dispositivo em veia de grande calibre.


13. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: seguir prescrição / solicitação médica.


14. DESFIBRILAÇÃO: seguir solicitação médica.


Notas importantes:


- deve-se começar as manobras de RCP sempre que for constatado PCR, com exceção de casos como: decapitação, esmagamento total de segmentos corpóreos vitais, rigidez cadavérica, manchas hipostática e corpo em decomposição;

- a constatação do óbito é de competência única e exclusiva do profissional médico, exceto nos casos acima citados;

- devem ser minimizadas as interrupções das compressões torácicas o máximo possível. A interrupção deverá ocorrer somente para punção venosa, intubação, verificação de pulso; 

- o número excessivo de profissionais pode prejudicar o atendimento ao paciente;

- as ventilações utilizando bolsa-valva-máscara devem sempre estar enriquecidas com suporte de oxigênio;

- o sistema de aspiração deve estar montado e pronto para ser utilizado. Durante o procedimento de aspiração as compressões torácicas não devem ser interrompidas.

 

 

Referências bibliográficas:
Suporte Avançado de Vida em Cardiologia, Manual para provedores, American Heart Association, 2004.
Suporte Avançado de Vida em Pediatria, Manual para provedores, American Heart Association, 2004

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Elaborado por:

Revisado por:

Aprovado por:

 

 

 

 

 

Encaminhe a sua sugestão, com certeza você irá colaborar com os colegas na construção de uma enfermagem cada vez melhor.




Fonte: Portal


Comentários   Clique aqui para enviar seu comentário.


13/07/2010 - eli sa rosa da silva Marilia-SP
Parabenizo a iniciativa desse protocolo,desta forma acredito que a equipe consegue priorizar esse atendimento,evitando transtorno,trazendo segurança e fortalecimento no dia a dia.

09/07/2010 - Luzia Santana Silva Brasilia-DF
Parabenizo a vocês por disponibilizar este canal de comunicação aos profissionais de enfermagem. Fortalecer, assegurar e trocar experiências, com outros colegas é importante.

08/07/2010 - Sandra tsukada Sao Paulo-SP
Na instituição que trabalho temos todos os protocolos são descritos desta forma. No início o processo era manual, o que tornava muito díficil o controle ,principalmente nas atualizações da versões dos protocolos distribuídos nas unidades. Hoje utilizamos um sotware da empresa ACTTIVE que permite que façamos estas atualizações eletronicamente o que facilitou em todos os aspectos, principalmente não tendo nas undiades versões desatualizadas

07/07/2010 - Cristina Ramos Rodrigues Sao Paulo-SP
Parabenizo a iniciativa de fornecer dicas aos colegas para melhorar, aprimorar, implantar padronizações, que só auxiliam e asseguram a segurança profissional e do cliente.



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